sábado, 16 de outubro de 2010

Dream of butterfly... Or is life a dream?

Recentemente comecei a jogar um jogo chamado "Persona" do PSP. É um "remake" (é bem parecido com o original japonês) de um jogo do PSX de mesmo nome que seria o primeiro de uma série que carregaria o nome adiante, uma série que só foi popularizada graças ao seu quarto jogo (Persona 3).

Bem, chega de detalhes. Vou logo ao que interessa.
Ao iniciar o jogo, o jogador se depara com um estranho texto que questiona a realidade como acreditamos ser. Trata-se de um texto "famoso" de um grande filósofo taoísta chinês do período A.C. chamado Zhuangzi (ou Chuang-Tzu, dependendo da tradução).

Bem, esse pensamento tem várias traduções, mas vou deixar aqui uma que é bem explicada e cheia de detalhes:

O Homem e a Borboleta
Chuang Tzu

Uma vez eu sonhei que era uma borboleta,
voando entre as flores e arbustos do jardim.

Tudo era tão concreto e real
que em momento nenhum do meu sonho
suspeitei que a borboleta era eu
ou que eu fosse a borboleta.

Para todos os efeitos possíveis e imagináveis,
eu era, eu agia e eu realmente me sentia uma borboleta,
cumprindo o destino de uma borboleta qualquer.

De repente, eu acordei
e lá estava eu, sendo a pessoa que eu sempre fui
- ou que sempre imaginei ser.

Sei muito bem
que entre um homem e uma borboleta
há tantas diferenças fundamentais e insuperáveis
que a transformação de um no outro
é algo simplesmente impossível de acontecer no mundo real.

É por isso que, desde então,
eu nunca mais tive sossego
quanto à minha verdadeira identidade.

Pois não há nada que me permita saber,
com toda certeza e rigor,
sem nenhuma margem de dúvida,
se eu sou verdadeiramente um homem,
que um dia sonhou que era uma borboleta,
ou se eu sou uma borboleta,
sonhando que é um homem.


É um tanto radical, mas nos faz pensar: "isso que vivemos é realmente a realidade? Ou é apenas uma ilusão, um sonho, ou até mesmo um devaneio alheio?"
Eu sempre pensei que poderia existir mais do que isso que vivemos, talvez por eu ser otimista, afinal essa é uma realidade bem deprimente. Até mesmo no orkut eu já recebi uma sorte do dia (aposto que todos já receberam também) que dizia algo como: "O otimista diz que vivemos no melhor dos mundos, o pessimista teme que isso seja verdade.", mas essa frase me atingiu. Mais do que outras pessoas, talvez.
Bem, chega dessa conversa, eu poderia falar mais, e deveria, mas eu vou deixar a conclusão disso pra quem ler essa joça.
Espero que tenham gostado do post duplo. Se não, o problema não é meu, quem perdeu tempo aqui foi você. u_u

Ah, sim, quase me esqueço, uma das músicas do jogo é baseada nesse texto. O nome dela é "Dream of Butterfly" (o nome do post?) cantada por Yumi Kawamura e composta por Shoji Meguro. Toma o link pra ouvir no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=A_sR-LFfZAU

Bem, queria colocar aqui a letra dessa música que eu traduzi, mas o blog tá com problemas de formatação, até mesmo quando eu vou direto no html, bem, mas se alguém quiser a letra, eu ponho aqui, então é só pedir.

Bem, a idéia desse post agora foi de uma amiga que, ao ver um texto aqui na minha casa em inglês, sugeriu-me traduzir e postar nessa porcaria aqui. Esse texto foi achado na internet por um camarada meu, e me tirou alguns momentos de sono. Pois bem, sem mais delongas, aqui vai o texto que eu carinhosamente chamei de "Obra-Prima":


Já faz horas que estou aqui deitado. São 5:35AM e não tem muito que eu possa fazer. Sabe qual é a pior parte da minha situação? Eu estou no mesmo quarto em que meus pais estão. Eles ficam olhando pra mim, e eu não consigo fazer nada a não ser olhar de volta e tentar não chorar ou gritar. Os olhos deles estão focados em mim e suas bocas bem abertas. Tem um cheiro forte de sangue e eu me sinto paralisado de medo.

É o seguinte. No segundo que eu der uma pista que já não estou mais dormindo, estarei completamente fodido. Vou morrer e não tem ninguém perto pra me salvar. Eu estive tentando pensar numa maneira de sair, mas a única idéia que tive é ir rápido pra porta e correr pro lado de fora da casa e gritar por ajuda, torcendo pra que os vizinhos me ouçam. É arriscado, mas se eu ficar aqui, certamente morrerei. Ele está esperando que eu acorde e veja sua obra-prima.

Você provavelmente está se perguntando o que está acontecendo. As vezes eu realmente me adianto.

Cerca de três horas atrás, eu ouvi gritos vindos do outro lado da casa. Eu me levantei e fui verificar o barulho antes de perceber que eu tinha que usar o banheiro. Ao invés de fazer a coisa esperta e investigar, decidi usar o banheiro primeiro. Eu poderia ter sido morto ali mesmo por bancar o idiota. Mas eu resolvi meus negócios e espiei pra fora do banheiro; Tinha sangue no carpete. Eu fiquei muito preocupado e corri de volta pro meu quarto, me escondendo de baixo dos lençóis como o bundão que sou. Eu tentei me convencer a ir dormir de novo, que era apenas um sonho bem vívido e real ou alguma coisa do tipo.

Mas eu ouvi a porta do meu quarto abrir. Como a criancinha amedrontada que sou, espiei por debaixo do edredom pra ver o que estava acontecendo. Eu consegui ver alguma coisa arrastando meus pais mortos pra dentro do quarto. Não era humano, isso eu garanto. Não tinha pêlos, nem olhos e nem roupas. Andava como um homem das cavernas, com suas costas curvadas enquanto arrastava meus pais. Mas é essa coisa era bem mais esperta do que qualquer homem das cavernas. Isso sabia o que estava fazendo.

Então ele pôs meu pai na ponta da minha cama, e o fez me encarar. Então ele pôs minha mãe na cadeira e a posicionou na minha direção também. Então ele começara a esfregar suas mãos nas paredes, manchando-as de sangue e depois fez um círculo com o pentagrama do diabo nele. Essa coisa fez o que ela provavelmente chamaria de obra-prima. Para finalizar, ele escreveu uma mensagem na parede que eu não pude ler na escuridão.

Ele então se posicionou debaixo de minha cama, esperando pra atacar.

A coisa mais assustadora é agora, meus olhos já se ajustaram na escuridão desde então e eu posso ler a mensagem na parede. Eu não quero olhar praquilo, pois é aterrorizante só de pensar. Mas eu sinto que preciso ler, antes de ser morto.

Eu espiei na obra-prima da criatura.

“Sei que está acordado.”


...Não contem-me suas reações.